segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O presente


Conta a lenda que um velho sábio, tido como mestre da paciência, era capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, um homem conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu com a intenção de desafiar o mestre da paciência.
O velho aceitou o desafio e o homem começou a insultá-lo.
Chegou a jogar algumas pedras em sua direção, cuspiu em sua direção e gritou todos os tipos de insultos.
Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível.
No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o homem se deu por vencido e retirou-se.
Impressionados, os alunos perguntaram ao mestre como ele pudera suportar tanta indignidade.
O mestre perguntou: Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?
A quem tentou entregá-lo, respondeu um dos discípulos.
O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos.
Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo.

A sua paz interior depende exclusivamente de você.
As pessoas não podem lhe tirar a calma.
Só se você permitir!!!

Vamos refletir se estamos deixando que tirem a nossa paz!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A História de Belarmino Bicas



(Reforma Íntima)
Freddy Brandi

“Depois da festa beneficente, em que servíamos juntos, Belarmino Bicas, prezado companheiro a que nos afeiçoamos, no plano espiritual, chamou-me à parte e falou, decidido”:
- Bem, já que estivemos hoje em tarefa de solidariedade, estimaria solicitar um favor...
- Ante a surpresa que nos assaltou, Belarmino prosseguiu:
- Soube que você ainda dispõe de alguma facilidade para escrever aos companheiros escarnados na Terra e gostaria de confiar-lhe um assunto....
- Que assunto?
- Acontece que desencarnei com cinqüenta e oito anos de idade, após vinte anos de convívio espírita. Abracei os princípios codificados por Allan Kardec, e aos trinta e oito e, como sempre fora irascível por temperamento, organizei desde os meus primeiros contatos com a doutrina consoladora, uma relação diária de todas as minhas exasperações, apontando-lhes as causas para estudos posteriores.... Os meus desconchavos, assimilados, suprimiram, inconscientemente, vinte e dois anos da quota de oitenta, que me cabia desfrutar no corpo físico, regressando á Pátria Espiritual na condição de suicida indireto..... Somente, aqui, pude examinar os meus problemas e acomodar-me ás desilusões... Quantos tesouros perdidos por bagatelas! Quanta asneira em nome do sentimento!
- E exibindo curioso papel, Belarmino acrescenta:
- Conte o meu caso para quem esteja ainda carregando a bobagem do azedume! Fale do perigo das zangas sistemáticas, insista na necessidade da tolerância, da paciência, da serenidade, do perdão! Rogue aos nossos companheiros, para que não percam a riqueza das horas com suscetibilidade e amuos, explique ao pessoal na Terra que mau humor também mata!...
Foi, então, que passei á leitura da interessante estatística de irritações, que não me furto á satisfação de transcrever: Belarmino Bicas – Números de cóleras e mágoas desnecessárias com a especificação das causas respectivas, de 1936 á 1956:
- 1.811 - em razão de contrariedades em família;
- 906 - por interpor-se, dentro de casa, em questões de alimentação e higiene;
- 1.614 - por alterações com a esposa, em divergências na conduta doméstica e social;
- 1.801 – por motivo de desgosto com filhos, genros e noras;
- 11 – por descontentamentos com os netos;
- 1.015 – por entrar em choque com chefes de serviço;
- 1.333 – por incompatibilidade no trato com os colegas;
- 1.012 – em virtude de reclamações a fornecedores e lojistas em casos de pouca monta;
- 614 - por mal entendidos com vizinhos;
- 315 – por ressentimento com amigos íntimos;
- 1.089 – por melindres ante o descaso de funcionários e empregados de instituições diversas;
- 615 – por aborrecimentos com barbeiros e alfaiates;
- 777 – por desacordos com motoristas e passageiros desconhecidos, em viagem de ônibus , automóveis particulares, bondes e lotações;
- 419 – por desavenças com leiteiros e padeiros;
- 820 – por malquistar-se com garçons em restaurantes e cafés;
- 211 – por ofender-se com dificuldades em serviços de telefones;
- 90 – por motivo de controvérsias em casas de diversões;
- 815 – por abespinhar-se com opiniões alheias em matéria religiosa;
- 217 – por incompreensões com irmãos de fé, no templo espírita;
- 901 - por engano ou inquietação, diante de pesares imaginários ou da perspectiva de acontecimentos desagradáveis que nunca sucederam.
Total: 16.386 exasperações inúteis.
Esse o apanhado das irritações do prestimoso amigo Bicas: 16.386 dissabores dispensáveis em 7.300 dias de existência, e isso nos quatros lustros mais belos de sua passagem no mundo, porque iluminados pelos clarões do Evangelho Redivivo. Cumpro-lhe o desejo de tornar conhecida a sua experiência que, ao nosso ver, é tão importante quanto às observações que previnem desequilíbrios e enfermidades, embora estejamos certos de muita gente julgará o balanço de Belarmino positivo.

(Extraído do Cap. 16 de Cartas e Crônicas, pelo Espírito Humberto de Campos [Irmão X])

Como será que está o nosso cálculo de irritações?Vamos refletir!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Maledicência



“Há culpa em que estudar os defeitos alheios? Se é com o fito de os cultivar e divulgar há muita culpa, porque isso é faltar com a caridade; se é com intenção de proveito pessoal, evitando-se aqueles defeitos, pode ser útil; mas não se deve esquecer que a indulgência para com os defeitos alheios é uma das virtudes compreendidas na caridade. Antes de censurardes as imperfeições dos outros, vede se não podem fazer o mesmo a vosso respeito. Tratai, pois, de possuir as qualidades contrárias aos defeitos que criticais nos outros, pois esse é um meio de vos tornardes superior. Se os censurais por serem avarentos, sede generosos; por ser orgulhosos, sede humildes e modestos; por serem duros, sede dóceis; por agirem com mesquinhez, sede grandes em todas as vossas ações; em uma palavra, fazei de maneira que não se vos possam aplicar aquelas palavras de Jesus: “Vedes um argueiro no olho do vizinho, e não vedes uma trave no vosso!”

(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos.
Livro Terceiro. Capítulo XI. Perfeição Moral. Pergunta 903).

A tendência perniciosa que trazemos de comentar o mal, frequentemente de manifesta nas conversações que costumamos manter nos círculos entre “amigos”. Quando entra em pauta tecer referências a pessoas, parece ser até irresistível a abordagem dos aspectos mais desabonadores das criaturas. E não fica apenas nisso. O que é muito pior são os acréscimos por conta da imaginação doentia, nas calúnias e interpretação malévolas que se fazem.
Veicular a má informação é algo muito sério, é até desonesto. Sim, porque, em sã consciência, quem pode emitir julgamento sobre alguém? E ainda, quem pode atirar pedras ou apontar ciscos nos olhos do próximo sem se achar carregado de pecados ou sem uma trave nos seus próprios olhos?´
Tramar sutilmente denúncias comprometedoras para prejudicar propositadamente a quem quer que seja, no trabalho profissional ou no convívio social, é procedimento a ser energicamente corrigido.
“Não há institutos de pesquisas no mundo capazes de avaliar a quantidade de infortúnio e delitos desencadeados entre os homens, anualmente, resultantes das impressões falsas proclamadas como verdadeiras.” (W. Vieira. Técnica de Viver, Capítulo 10. Desconfiemos de Nós)
As pessoas podem ver ou ouvir uma coisa, e a própria imaginação, habituada ou condicionada à viseira da malícia, pode interpretar outra ou propagá-la distorcidamente. Vigiemos-nos, portanto, contra as nossas impressões negativas e tenhamos em conta que “O tempo que se emprega na crítica pode ser usado em construção”. (F.C.Xavier. Sinal Verde. Capítulo 36. Temas da Crítica.)
O falar mal, a crítica mordaz, a interpretação pejorativa, o comentário malicioso, o julgamento falso, a suspeita comprometedora, a denúncia caluniosa são facetas pelas quais a maledicência se apresenta.
Apliquemos os recursos da caridade para com o nosso próximo e silenciemos quando não pudermos valorizar, pela palavra ou pelo pensamento, as ações no bem, que sempre, todos nós, podemos realizar.


Texto retirado do livro:Manual Prático do Espírita de Ney Prieto Perez

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Qual a missão da sua alma?




Este texto recebi de minha amiga Cíntia por email e achei muito interessante,vale a pena ler inteiro!

por: Bruno J. Gimenes

Toda vez que alguém fala sobre missão, talvez mesmo o mais incrédulo, desconectado ou ateu acaba se questionando internamente, qual será minha missão? Eu tenho uma missão? Existe mesmo uma missão ou propósito de vida para cada ser?
Isso já é um avanço. Acreditar que podemos ter uma missão é um grande passo.
A intenção desse texto é sem dúvida estimular nas pessoas a compreensão que temos uma missão pessoal e que nosso propósito ou finalidade é a realização dessa meta pessoal ou melhor, cumprimento da missão da alma.

Essa missão está escondida dentro de nós mesmos, sendo muito sutil e pouco percebida. Somos regidos pela lei do livre-arbítrio, o que nos disponibiliza o direito de decidir e fazer o que quisermos.

Para aprofundarmos o entendimento desse tema é necessário um pouco de reflexão:

O que estamos fazendo aqui na terra? Pra que vivemos? Qual nossa missão por aqui?

Muitas pessoas nem arriscam uma reposta, o que é preocupante. A maioria de nós não sabe muito bem, contudo é unânime o sentimento de que estamos aqui para aprender, para evoluir e se desenvolver. Já é um bom passo. Se a missão da alma de uma pessoa é evoluir, então o que significa evoluir nesse caso?

Evoluir significa eliminar os aspectos inferiores do ser, que são os mais diversos, como: raiva, ódio, mágoa, tristeza, depressão, orgulho, ego, vaidade, medo, vergonha, baixa estima e dezenas de outros sentimentos. Toda vez que uma pessoa experimenta a força negativa desses sentimentos, muitas consequências negativas aparecem.

Todos seres humanos possuem aspectos inferiores de sua personalidade que ficam escondidos dentro da essência de cada um, prontos para ?entrarem em cena? a qualquer momento.

O nível de consciência é o grande responsável pela percepção que temos sobre as situações da vida, decidindo sempre de que maneira iremos encarar as adversidades, com a mente superior(Eu Superior) ou com a mente inferior(Ego).

Não é muito incomum a pessoa acordar de manhã, meditar e pedir internamente; ?Hoje quero curar a raiva existente em mim?. Nada disso, a pessoa nem percebe que tem raiva até que alguém lhe ofenda, ou que sofra injustiça, ou ainda, que risquem o seu carro. Num ímpeto incontrolável o sentimento aflora, sem barreiras ele sai das profundezas e emerge para a superfície do indivíduo.

Uma pessoa que está magoada com um amigo por exemplo, não sabia que tinha esse sentimento, até que a ocasião lhe fez aflorar tal aspecto. Na verdade a pessoa que a magoou é apenas o instrumento para aflorar um sentimento que já existia dentro dela, mas que foi aflorado pelo fato. Não existe um grande culpado pelo sentimento, existem os gatilhos, que na verdade são grandes contribuições para que possamos perceber o quanto guardamos em nossas almas os aspectos inferiores.

Nosso Planeta é Uma Escola

A Terra é uma escola, a vida é um eterno aprendizado. Por isso o plano maior de Deus proporciona ?ferramentas pedagógicas? para nossa evolução. Nós somos eternos alunos que necessitamos de ajuda do astral superior para acelerar o nosso crescimento e evolução que se constituem na maior missão de nossas almas.

Assim como as escolas do nosso Planeta, cada uma em seu seguimento, utilizam-se de modernos métodos pedagógicos para melhorar o ensino, a vida também tem seus ?métodos pedagógicos.

As situações gatilho vão acontecendo a todo instante, aflorando os sentimentos inferiores para que possamos reconhecer os aspectos negativos e curá-los. Mas nem sempre a cura acontece. Os gatilhos vão aflorando as inferioridades e a pessoa muitas vezes mergulha em um sentimento de vitimização e autopiedade que tornam as coisas bem mais difíceis.

Os aspectos negativos são aflorados e a pessoa adota a postura de comportar-se como vítima da situação, achando culpados e vilões, sem perceber o quanto todos esses são importantes para ?revelarem? as inferioridades escondidas em sua alma. Se a nossa missão é evoluir e evoluir significa purificar os sentimentos, logo todo gatilho que mostra quais são esses sentimentos devem ser vistos como presentes de Deus, pois ajudam a acelerar o processo.

O Invés de adotar a postura de vítima da situação é necessário buscarmos entender e identificar qual é o sentimento ou emoção negativa aflorada a cada situação. Isso vai proporcionar muitas dicas para encontrar a missão de nossas almas
.
Essa visão traz a condição de percebermos que a maior parte da missão de nossas almas não se dá separadamente na realização de um projeto ou algo parecido, mas no dia a dia, em meio aos familiares, amigos, no trabalho, nas relações, etc. Cada pessoa, cada conflito ou adversidade atua como um instrumento dessa missão. E se a terra é uma escola, cada gatilho em nossas vidas pode ser considerado um exame escolar, que verifica a capacidade do entendimento por parte do aluno.

Situações repetitivas, cíclicas, que acontecem por longos períodos indicam que a pessoa não está compreendendo o que está aflorando, muito menos está transmutando os aspectos negativos. Essa ótica traz também o entendimento de que nós precisamos dos gatilhos. Levando essa realidade para a vida cotidiana, dá para dizer que o indivíduo precisa (no sentido de aprendizados e evolução) de um problema, que o faça sentir a emoção negativa, o apego, o medo, a raiva, o ciúmes, etc.

Essa é uma boa pergunta a fazer quando os problemas acontecerem em sua vida; por que estou precisando desse gatilho?

Por que estou precisando desse pai distante, desse chefe autoritário ou desse vizinho intrometido?

Por que eu me incomodo com essas pessoas?

Qual sentimentos estão aflorando que devem ser trabalhados?

Quando a pessoa se dá conta do que ela está aflorando, percebe o que deve ser curado e com isso passa a não precisar mais desses gatilhos: o ciclo se encerra e o aluno ?passa de ano?.

Para quantos aspectos inferiores estamos sendo repetentes?

É uma boa pergunta para se fazer em momentos de introspecção.

Simples em sua proposta, essa é a nossa principal missão nessa existência, o requisito básico para qualquer alma que vive na terra. Durante a vida de uma pessoa, muitas coisas podem ser feitas!

A vida é leve se olharmos com novos olhos, contudo é bom ficarmos atentos porque muitas coisas podem acontecer, muitas armadilhas podem nos desviar de nossa meta maior e nos afundar distrações ilusórias distanciadas dos objetivos do Pai maior para com Seus filhos.

Por: Bruno J. Gimenes

Escritor, pesquisardor, professor, congressista. Autor de 3 Livros. Criador da Fitoenergética, co- Fundador do Luz da Serra.

Fale com Bruno: bruno@luzdaserra.com.br

Bruno J. Gimenes é Congessista com presença confirmada no
I Congresso Brasileiro de Evolução Espiritual

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Centro Espírita e Afeto


“Findando-se o egoísmo no sentimento do interesse pessoal, bem difícil
parece extirpá-lo inteiramente do coração humano. Chega-se-á a consegui-lo”
“A medida que os homens se instruem acerca das coisas espirituais,
menos valor dão às coisas materiais. Depois, necessário é que se reformem
as instituições humanas que o entretém e excitam. Isso depende da
educação.”
O Livro dos Espíritos — questão 914
O afeto, entendido como nutrição espiritual insubstituível e essencial, sempre
será preventivo e profilático em todas as fases da vida. Entretanto, para o
amadurecimento integral do ser, inicia-se uma etapa de vivência em que a vida
exigirá maior soma de doação em contraposição às contínuas expectativas de ser
amado.
O centro espírita, nesse ínterim, pode oportunizar a valorosa e preenchedora experiência do Amor auxiliando o homem na reeducação de suas tendências, no conhecimento de si, no exercício da solidariedade material e relacional e na
supressão do personalismo, que permitirá o potencial afetivo dirigido a realizações
nobres e gratificantes.
Caridade! O melhor exercício para a sensibilidade.
Atividades cooperativas e solidárias realizadas em ambiente de bem-estar
moral e espiritual serão fortes estímulos à força “pulsional” do coração, muitas vezes aprisionada pelas traumáticas lições sócio-afetivas da presente existência, nas
quais o autoritarismo e o medo foram os instrumentos pedagógicos limitantes,provocando relações artificiais sob a constrição das “tiranias do coração”, em larga
escala adquiridas na infância.
Na casa espírita devemos encontrar esse espaço para “ser”, já que a sociedade, em função do “ter”, vem bloqueando os valores pessoais e as potências da alma. Será que já imaginamos o centro espírita como uma “praça” de convivência ou um núcleo formador da família espiritual pelos vínculos do coração?
Precisamos dar encanto ao ambiente espírita, reinventar sua proficiência.
Reflitamos na fala do Espírito Verdade acima. “Preciso é reformar as instituições que entretêm o egoísmo”.
Grupos sadios não devem ser conduzidos como um ‘todo uniforme”,
passivamente e regidos por diretrizes somente aprovadas pelos seus líderes,
guardando semelhança com as envelhecidas estruturas religiosas.
A pedagogia do afeto é abertura para a riqueza dos sentidos individuais sem o
personalismo dos desejos superiores, dos sonhos de crescimento moral, através
dos quais o processo educativo será mais efetivo. A própria construção do saber
espírita está fortemente vinculada às idiossincrasias, à diversidade interpretativa,
com as quais enxergamos novos ângulos e exploramos com mais profundidade as
temáticas de estudo.
Precisamos assumir para nós as responsabilidades da hora, e declarar com
transparência e respeito quais são as emergências em nossas realizações
espirituais.
É incoerente a realidade atual que envolve a casa doutrinária! Tanta
profundidade filosófica em favor das carências humanas, verdadeiro celeiro de
recursos para o “ser” integral e, no entanto, com uma estrutura deficiente no que
tange a dar suporte e assessoria a seus componentes, quando o assunto é a vida
interior e os esforços na luta auto-educativa.
Enquanto isso o trabalhador sofre dores psicológicas e emocionais sem
revelar, ou sem essa chance de as revelar. Face a essa carência de respostas e
horizontes, quando não se alcança o mínimo para prosseguir, penetra no
desestímulo e o abandono dos ideais.
Além disso, freqüentemente, busca-se enquadrar as dificuldades humanas nos
domínios da obsessão e de anteriores existências, alimentando imaginações férteis
em mentes menos maduras, gerando um fanatismo sutil e incentivador de
atavismos, negando o presente e deslocando a realidade para o passado e a vida
espiritual.
Para agravar ainda mais, em núcleos diversos, instala-se um sistema de vigília
da conduta alheia premiando as cobranças e atiçando os melindres em quase
completo descaso com as limitações e fragilidades alheias. Impera o egoísmo.
O resultado final de tudo isso é a perda dos frutos do Espiritismo no autoconhecimento,no fracasso dos relacionamentos nos grupos de atividade, a repressão da sombra interior e o quase estacionamento no crescimento pessoal.
Não vivamos de lamentações e labutemos para mudar esse panorama existente em expressiva parcela de nossa seara.
Como o centro espírita pode ajudar no fortalecimento de laços de amor entre
seus integrantes? Como pode auxiliar na dilatação da sensibilidade?
Vejamos alguns pontos que desenvolveremos no transcorrer de Laços de
Afeto que constituem indicadores de qualidade das equipes doutrinárias:
- Motivar o espírito de equipe.
- Valorizar a capacidade cooperativa de qualquer pessoa.
- Promover através da delegação, criando o policentrismo sistêmico.
- Investir na capacitação do trabalhador como pessoa e ser social.
- Ensejar realizações específicas para a revitalização do afeto no grupo.
Valorosa será a contribuição da casa doutrinária que facilitar a seus
participantes a reflexão, a instrução e os relacionamentos responsáveis, auxiliando
o homem atordoado e infeliz da atualidade a assumir um compromisso consciente
com a melhora de si mesmo através da reeducação dos sentimentos. A proposta da
transformação íntima encontra nesse quesito do coração o seu ponto essencial para
as mudanças de profundidade, já que o motivo causador da atual condição espiritual
desse homem atordoado deve-se, acima de tudo, aos desvios afetivos de outrora,
que sedimentaram reações emocionais destoantes com o sentimento de Amor
autêntico, fonte de saúde e vitalidade para “ser”.

Texto retirado do livro Laços de Afeto - cap.9

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Indulgência




“O homem indulgente jamais se preocupa com os maus atos alheios, a menos que seja para prestar um serviço, mas ainda assim com cuidado de atenuá-los tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, nem traz censuras nos lábios, mas apenas conselhos, quase sempre velados. Quando criticais, que dedução se deve tirar das vossas palavras? A de que vós, que censurais, não praticastes o que condenais, e que valeis mais do que o culpado. Oh, homens! Quando passareis a julgar os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos e os vossos próprios atos, sem vos ocupardes do que fazem os vossos irmãos? Quando fitareis os vossos olhos severos somente sobre vós mesmos?”

(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Capítulo X. Bem aventurados os Misericordiosos.
Item 16. A Indulgência.)

Aqueles que passam pela provação experimentam mais profundamente em si mesmos os efeitos causados pela dor e sentem mais como magoam as palavras duras e inflexíveis dos que lhes fazem o prejulgamento condenatório, as censuras e as injúrias impiedosas.
Quem sofre já tem a própria sensibilidade ampliada, encontra-se em geral próximo ao desespero, chorando silenciosamente, apelando muitas vezes aos corações mais próximos e buscando nas preces o conforto espiritual. Então, não temos como e por que condenar esses que já vêm carregando tamanho peso, o que, aliás, é a condição geral de toda Humanidade. As almas assim amolecidas apresentam-se como um terreno resolvido e preparado para um novo plantio: estão prontas para a semeadura de Jesus.
Nessas ocasiões, as palavras suaves, os gestos maneirosos, de um coração indulgente, exercem-nos que sofrem uma benfazeja atuação: são expressões de carinho, lenitivos para a alma. São verdadeiros tranqüilizantes que vão acalmar em profundidade aquelas criaturas em aflição.
O remédio nessas horas é o Evangelho, melhor corretivo da alma, que a nossa própria indulgência pode também transmitir dosadamente.
A indulgência é uma das expressões da caridade e podemos muito bem motivá-la em nós mesmos, nas mais diversas ocasiões, entre as quais indicamos algumas:

a) Afastando críticas e juízos falsos a quem quer que seja;
b) Procurando discretamente interar-se das amarguras de alguém no sincero propósito de amenizá-la em sua dor;
c) Dirigindo-se com suavidade e segurança, nas observações ponderadas com antecipação, que devemos fazer em nossas relações de trabalho;
d) Transformando na atmosfera do lar as oportunidades de observações ao comportamento dos que nos foram confiados, em esclarecimento tranqüilo e objetivo, em lugar de apenas evidenciar falhas e erros;
e) Impedindo que os problemas particulares, a nós confiados por pessoas que recorrem ao auxilio do nosso grupo espírita, de modo algum transvaze das quatro paredes do ambiente de trabalho;
f) Evitando, no ímpeto de querer ajudar, a informação aos socorridos, dos quadros observados nas consultas espirituais, principalmente nos casos obsessivos mais graves. Lembremos que para quem está envolto nas sombras muita luz poderá cegar.

“Sede, pois, severos convosco e indulgentes para com os outros. Pensai n’Aquele que julga em última instância, que vê os secretos pensamentos de todos os corações, e que, em conseqüência, desculpa frequentemente as faltas que condenais, ou verbera as que desculpais, porque conhece o móvel de todas as ações.”
(Id., ibid.)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Atitudes para Escutar Bem



"• Pare de falar - Você não poderá ouvir enquanto está falando.
Coloque-se no lugar da outra pessoa - procure colocar-se no lugar do outro para poder sentir onde ele está procurando chegar.
Pergunte - Quando você não entender, quando necessitar de esclarecimentos adicionais ou quando desejar mostrar que está escutando.
Não seja apressado - Não interrompa a pessoa; dê-lhe tempo para dizer aquilo que tem a dizer.
Concentre-se no que ele está falando - Focalize sua máxima atençaõ nas palavras do outro, bem como em suas impressões sobre o assunto.
Olhe para a outra pessoa - Para o seu rosto, sua boca, seus olhos, suas mãos, bem como em suas impressões sobre o assunto.
Sorria e resmungue adequadamente - Mas não se exceda.
Deixe suas emoções para trás - Procure deixar seus problemas, aborrecimentos e lágrimas fora da sala de reuniões (se puder). Eles podem lhe impedir de ouvir bem.
Controle sua ira - Procure não zangar-se com o que ele está dizendo, sua colera poderá lhe impedir de entender suas palavras ou o que elas significam.
Não se distraia - Guarde qualquer papel, lápis, ..etc.., que você tenha em mãos, eles podem distrair sua atenção.
Concentre-se nos pontos principais - Concentre-se nas idéias principais e não no material ilustrativo, examine-as somente para verificar se elas provam, apoiam ou definem as idéias principais.
Participe da responsabilidade pela comunicação - Somente uma fração dessa responsabilidae pertence ao orador, você é o ouvinte, e como tal, tem uma parte importante. Procure entender, se não puder, peça esclarecimentos.
Reaja às idéias e não à pessoa - Não permita que suas reações contra a pessoa influenciem no julgamento do que ela diz. Suas idéias podem ser boas, mesmo se você não a parecia como pessoa, ou a maneira como ela se conduz.
Não argumente mentalmente - Quando voce está procurando entender a outra pessoa é uma desvantagem argumentar com ela mentalmente, à medida que ela vai falando. Isto estabelecerá uma barreiar entre você e o orador.
Use a diferença na proporção - Voce pode ouvir mais rápido do que ele falar, portanto use esta vantagem para perm,anecer no rumo certo, antecipar o que ele vai dizer, pensar naquilo que ele já lhe disse e avaliar o seu desenvolvimento.
Escute aquilo que não foi dito - Através do que uma pessoa está falando, pode-se aprender muito, determinando-se o que a pessoa deixou de dizer ou evitou dizer durante sua palestra.
Ouça como algo é dito - Frequentemente concentramo-nos tão atentamente naquilo que é dito que nos esquecemos da importância das reações emocionais e atitudes realcionadas com o que foi dito. As atitudes e reações emocionais do orador podem ser mais importantes do que aquilo que estã sendo dito em tantas palavras.
Não antagonize o orador - Voce pode fazer com que a outra pessoa esconda as suas idéias, emoções e atitudes. Procure julgar e esteja certo da influência que está exercendo sobre a outra pessoa. Adapte-se a ela.
Conheça a sua personalidade - Uma das melhores maneiras de obter-se informações sobre uma pessoa é escutá-la; a medida que ela fala, você pode descobrir do que ela gosta e do que não gosta, quais as suas motivações, qual o seu sistema de reconhecimento de valores, o que pensa sobre tudo e sobre nada, o que a faz vibrar.
Evite conjeturar - Conjeturas poderão prejudicar sua compreensão da outra pessoa. Não espere que ela utilize as mesmas palavras que você usaria, não pense que ela não expressou seu pensamento, mas que você a compreendeu, que ela evitou encarar-lhe porque está mentindo, que está tentando lhe embaraçar olhando-o fixamente, que esta distorcendo a verdade porque não concorda com o que você pensa.
Evite classificar o orador - Muito frequentemente enquadramos uma pessoa dentro de um determinado tipo. Assim nossa percepção daquilo que ele diz ou do que quis dizer fica submetida à nossa apreçiação ou não por este tipo de pessoa.
Evite julgamentos precipitados - Espere até que todos os fatos estejam situados, antes de fazer qualquer julgamento.
Reconheça sua própria prevenção - Procure estar seguro de sua imparcialiadade com relação ao orador, ao assunto, ao momento, ...etc.. para não influir em julgamentos prévios.
Identifique o tipo de raciocinio - Comumente, torna-se difícil separar o raciocínio certo do duvidoso, quando se está escutando. Contudo está é uma tarefa mujito importante.
Avaliar fatos e evidências - à medida que forem ouvidos, procure identificar não somente a significância e evidência dos fatos, como tambem sua relação com o argumento.
Ouvir pode reduzir a tensão - Dar ao outro a oportunidade de desabafar seus problemas ou pontos de vista, ajudará a clarear o ambiente da tensão e hostilidade.
Escutar pode resolver problemas para a outra pessoa - Proporcionar ao outro a oportunidade de expor-lhe seu problemas pode esclarecer seu pensamento sobre o assunto e prover o indispensável relaxamento emocional.
Ouvir ajuda a resolver problemas recíprocos e discordâncias - Você não pode inteligentemente concordar ou discordar até que esteja certo do ponto de vista da outra pessoa. Somente quando há entendimentos reciprocos, pode-se procurar soluções para problemas.
Ouvir pode lhe ajudar a fazer um melhor trabalho - Peça sugestões às pessoas com quem você trabalha, para quem você trabalha e que trabalham com você, sobre como você poderia melhorar sua tarefa, então ESCUTE.
Ouvir pode evitar dúvidas - frequentemente, quando falamos antes de escutar a outra pessoa numa discussão, arriscamos nossa pele, tomamos decisões das quais mais tarde nos arrependemos, tecemos críticas que depois nos lamentamos ou nos comprometemos a agir de uma forma que não podemos ou não poderemos, OUÇA... depois fale."

Achei muito interessante estas recomendações e por acreditar que um dos grandes problemas, de nós seres humanos ,é não saber escutar o outro,resolvi postar aqui este texto.Acredito que muitos conflitos seriam evitados se procurássemos compreender o que o outro diz!Vamos tentar!

desconheço o autor deste texto,se alguém souber por favor me informem