sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Companheirismo


“Quem quer que seja depositário da autoridade seja qual for a sua extensão, desde o senhor sobre o seu servo até o soberano sobre o seu povo, não pode negar que tem o encargo de almas e responderá pela boa ou má direção que tenha dado aos seus subordinados, e as faltas que estes puderem cometer, os vícios a que forem arrastados em conseqüência dessa orientação ou dos maus exemplos recebidos recairão sobre ele. Da mesma maneira, colherá os frutos de sua solicitude, por conduzi-los ao bem. Todo homem tem, sobre a terra, uma pequena ou uma grande missão. Qualquer que ela seja, sempre lhe é dada para o bem. Desviá-la, pois, do seu sentido, é fracassar no seu cumprimento.”
(Allan Kardec – O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Capítulo XVII. Sede Perfeitos, Superiores e Subalternos
François Nicolas Madeleine).

O egoísmo de competição reinante entre grupos e pessoas tem gerado desentendimentos, incompatibilidades, desuniões.
As divergências de opiniões no tocante à Doutrina espírita, “a maioria das vezes, versam apenas sobre acessórios, não raro mesmo sobre simples palavras. Fora, portanto, pueril constituir bando à parte por não pensarem todos do mesmo modo”.
(Allan Kardec. O Livro do Médiuns.Segunda Parte
Capitulo XXIX. Das reuniões e das Sociedades Espíritas.
Rivalidades entre as Sociedades.)

“Os que pretendem estar exclusivamente com a verdade, terão que o provar, tomando por divisa Amor e Caridade, que é a de todo verdadeiro espírita. Quererão prevalecer-se da superioridade dos Espíritos que os assistem? Provem-no, pela superioridade dos ensinos que recebam e pela aplicação que façam deles a si mesmos. Esse é o critério infalível para se distinguir os que estejam no melhor caminho.” (Id., ibid.)
Queremos nos referir em particular ao espírito de companheirismo e prevalecer entre os irmãos de ideal espírita, imbuídos todos nos aperfeiçoamento próprio e coletivo.
“Se o Espiritismo, conforme foi anunciado, tem que determinar a transformação da Humanidade, só poderá fazê-lo melhorando as massas, o que se verificará geralmente, pouco a pouco, em conseqüência do aperfeiçoamento dos indivíduos.” (Id., ibid.)
“Convidamos, pois, todas as sociedades espíritas a colaborar nessa grande obra. Que de um extremo a outro do mundo elas se estendam fraternalmente as mãos, e eis que terão colhido o mal em indeslindáveis malhas.” (Id. Ibid.). O que precisamos, estimados confrades, é desenvolver o companheirismo, combatendo o personalismo por todos os meios, para não desviarmos a nossa missão de produzir e propagar o bem que a Doutrina nos ensina.
Citemos, então, ao menos algumas oportunidades que, no nosso entender, possam nos fazer melhores companheiros:

a) Renunciando às nossas posições rígidas tomadas na direção ou na liderança dos agrupamentos sociais ou religiosos, quando comprometem a união de esforços no trabalho evangélico;
b) Considerando em igualdade de condições os pontos de vista dos demais integrantes, mesmo que exerçamos o predomínio das idéias no grupo de serviços cristão;
c) Criando atmosfera impessoal e unindo colaboradores nas tarefas comuns, desenvolvidas na seara do Cristo;
d) Aceitando as idéias ou pareceres dos outros, que mais convenham em resultados produtivos, mesmo que contrários aos nossos;
e) Emprestando a mesma parcela de trabalho em grupo, independentemente da posição de dirigido ou dirigente;
f) Superando os melindres próprios, quando esquecidos em alguma referência ou convite cerimonial;
g) Omitindo-nos sempre que possível nas ocasiões de destaque para fazer sobressair os trabalho em equipe;
h) Evitando a crítica desdenhosa, a colaboradores ou a grupos, por tarefas não cumpridas;
i) Prestigiando as boas iniciativas com nosso estímulo e apoio no âmbito das atividades beneméritas;
j) Esquecendo experiências desagradáveis já passadas, envolvendo irmãos de ideal;
k) Ouvindo críticas pessoais feitas a nós sem irritação, tirando delas o melhor proveito nas correções que sempre precisamos fazer;
l) Silenciando o verbo ou a escrita na abertura ao público de aspectos desabonáveis, a pessoas ou a instituições co-irmãs, mesmo em defesa da pureza dos postulados que abraçamos.
“O superior que estiver compenetrado das palavras de Jesus não desprezará nenhum dos seus subordinados, pois sabe que as distinções sociais não existem perante Deus. Ensina-lhes o Espiritismo que se hoje eles obedecem, talvez já lhe tenham dado ou venham a dar ordens amanhã, e então será tratado da mesma maneira pela qual os tratar agora.” (Id., ibid.)

texto do livro Manual Prático do Espírita de Ney P.Perez

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