quarta-feira, 22 de julho de 2009

Perdão




“Espíritas, não esqueçais nunca que, tanto por palavras como por atos, o perdão das injúrias não deve ser uma expressão vazia. Pois que vos dizeis espíritas, sede-o. esquecei o mal que vos tenham feito e não penseis senão numa coisa: no bem que podeis fazer.”

(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Capítulo X. Bem aventurados os Misericordiosos.
Item 14. Perdão das Ofensas – Simeão.)

Quantos males nesse mundo não poderiam ser evitados com o perdão?
Por quais razões é ainda a criatura humana tão inflexível, e se deixa envenenar pelos ódios?
Centralizamos em nós mesmos a importância de tudo e não percebemos o sentido coletivo da nossa existência. È sempre o eu, o meu, para mim, comigo, em mim, ou seja, o egoísmo, o egocentrismo.
O que nos atinge no momento glorioso e sensível do nosso eu é motivo de reação imediata, de defesa, revide, vingança. Quanto mais posses e poder tivermos, mais fortemente responderemos e maiores proporções assumem nossas reações às ofensas. Geram-se inimizades, conflitos, guerras.
Perdoar é ainda um grande desafio para todos nós, nas menores coisas que nos envolvem: alguém que nos resvala por descuido na rua já recebe nossa reclamação; aquele que nos toma a frente da fila do ônibus é logo puxado pra trás. Alguns centavos a menos num troco recebido causa uma discussão; um cumprimento menos atencioso de um vizinho já nos torna inimigos ferrenhos.
Por que tamanhas suscetibilidades?
Como podemos sair desse estado íntimo?
O doce e suave perdão nos responderá pelo bem que nos proporcionará.
Experimentemos e examinemos o seu valor.
Vejamos como exercitá-lo:

a) Controlando nossos impulsos de menosprezo e indiferença a quem nos tenha esquecido uma cortesia social;
b) Desarmando-nos intimamente, segurando nossos braços e mãos no contato impetuoso com as multidões, no aperto das calçadas, coletivos ou estádios;
c) Tolerando o rosto de um vizinho que mal nos olha no elevador, na área comum, na feira ou nos arredores do nosso bairro;
d) Não nos deixando magoar com o colega de trabalho mal-humorado ou com o chefe irritado que nos ofenda;
e) Evitando contendas calorosas em assuntos familiares, esquecendo a necessidade de explicações ou pedidos de desculpas de parentes por falhas aparentemente injustificáveis;
f) Aceitando sem exigências irritantes a maneira de ser desse ou daquele nosso integrante do lar, que mesmo contrários ao que de melhor deles esperamos realizam seu aprendizado na escola da vida;
g) Cultivando o esquecimento de nós mesmos, nos sacrifícios voluntários, ao que possuímos de importante em nosso eu, o que nos torna invulneráveis às agressões, aos maus tratos e às injúrias.
h) Afastando planos de represálias ou idéias de endurecimento para com aqueles afetos mais queridos que nos abandonaram ao esquecimento;
i) Alimentando o coração de clemência, sempre que formos caluniados, injustiçados, ofendidos, agredidos, aplacando, assim os tormentos da revolta.

“Perdoai, empregai a indulgência, sede caridosos, generosos, e até mesmo pródigos no vosso amor, porque o Senhor vos dará; curvai-vos, que o Senhor vos levantará; humilhai-vos, que o Senhor vos assentará em lugar de destaque.” (id. Ibid).

Texto do livro:Manual Prático do Espírita- De Ney P. Perez

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