terça-feira, 7 de julho de 2009

Compreensão, Tolerância



“O verdadeiro caráter da caridade é a modéstia e a humildade, e consistem em não se ver superficialmente os defeitos alheios, mas em se procurar salientar o que há de bom e virtuoso no próximo. Porque, se o coração humano é um abismo de corrupção, existem sempre, nos seus mais ocultos refolhos, os germes de alguns bons sentimentos, centelha viva da essência espiritual.”

(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Capitulo X. Bem-aventurado os Misericordiosos.
Item 18. Dufétre.)

A maneira de procurar entender as justificativas ou as atitudes daqueles com quem estamos dialogando, leva-nos, certamente, a uma disposição de não-interferência nos próprios pontos de vista, portanto, de isenção, de imparcialidade, de neutralidade.
Para sermos compreensivos precisamos estar preparados para aceitar as reações, a conduta, o modo de ser das pessoas, sem prejulgamentos ou condenação. Precisamos estar preparados para aceitar as criaturas como elas são do jeito que elas se expressam, até mesmo quando corrompidas, criminosas, assaltante, prostitutas ou viciadas.
Encarando-as com o pressuposto de que possuem uma essência espiritual e como tal são passiveis de bons sentimentos, com potencialidades latentes, sujeitas ao desenvolvimento, a nossa firme convicção nesses valores espirituais poderá transmitir aos seres mais difíceis a confiança que um dia esperavam para sair do estado conturbado e se conduzir a um rumo seguro em sua vida.
A rigor não temos mesmo muitos meios de avaliar as profundezas do caráter de ninguém, pois quaisquer conclusões apressadas são falsas.
A atitude mais prudente, honesta e cristã é a de compreensão e tolerância, para com quaisquer indivíduos. Esse é o nosso comportamento mais produtivo.
O sentimento de tolerância é uma conseqüência da compreensão. Como não nos cabe salientar os erros e defeitos alheios, nem mesmo criticá-los, devemos admitir, desculpas, aceitar, perdoar, atenuar e mesmo comutar esses erros.
Em nosso relacionamento comum, como podemos ser compreensivos e tolerantes?

a) Evitando fazer comentários desairosos e deprimentes em relação a quaisquer criaturas;
b) Aceitando as reações alheias sem nos aborrecer e sem condená-las;
c) Ouvindo serenamente, por mais chocantes e pavorosas que sejam suas narrações, aqueles que nos confiem seus problemas, sem esboçarmos escândalo, mas ajudando-os a encontrar, por eles mesmos, os caminhos de saída;
d) Afastando, de todas as maneiras, ressentimentos, mágoas ou remorsos que os dissabores provocados por alguém estejam nos perturbando a tranqüilidade.
e) Eliminando a intransigência nas nossas análises em relação ao comportamento do próximo;
f) Ponderando com isenção e equilíbrio as infrações cometidas por funcionários, na oficina de trabalho ou no meio doméstico, aproveitando as experiências deles para renovar-lhes as oportunidades de acertos;
g) Não nos referindo a exemplos próprios de boa conduta para recomendar procedimentos a outrem;
h) Transformando a austeridade punidora dos maus comportamentos entre familiares em colóquios abertos, ouvindo e comentando coletivamente em torno dos problemas, para que se chegue calmamente às correções cabíveis;

“Sede indulgentes, meus amigos, porque a indulgência atrai, acalma, corrige, enquanto o rigor desalenta, afasta e irrita.” (Id., ibid. Item 16. A Indulgência – José, Espírito Protetor.)

TEXTO RETIRADO DO LIVRO:MANUAL PRÁTICO DO ESPÍRITA

Nenhum comentário: