quarta-feira, 29 de abril de 2009

Resignação




“Existem males que não dependem da maneira de agir e que ferem o homem mais justo. Não há algum meio de se preservar deles?
- O atingido deve resignar-se e sofrer sem queixas, se deseja progredir. Entretanto, terá sempre uma consolação da sua própria consciência, que lhe dá a esperança de um futuro melhor, desde que faça o necessário para obtê-lo!”

(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos.
Livro Quarto. Capítulo I. Penas e Gozos Terrenos. Pergunta 924.)

“A Doutrina de Jesus ensina a obediência e a resignação, duas virtudes que são companheiras da doçura, muito ativas, embora os homens as confundam erroneamente com a negação do sentimento e da vontade. A Obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração.”

(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Capítulo IX. Bem-aventurados os Brandos e pacíficos.
Obediência e Resignação – Lázaro.)

Para sermos resignados precisamos aprender a não lamentar a nossa sorte e a aceitar com submissão paciente os sofrimentos da vida.
Pelo valor que representa o sofrimento, no burilamento do nosso espírito, nas ações corretivas ao nosso orgulho, como colheita dos males que tenhamos plantado ontem, é a resignação o melhor testemunho da nossa compreensão, a melhor prova do nosso amor a Deus.
Nada nos acontece por acaso, e nos dói exatamente no local onde mais carecemos de remédio. Onde mais somos atingidos pelo sofrimento é também onde mais necessariamente a corrigenda deve ser feita.
Quando assim não aplicamos a resignação, desperdiçamos o aproveitamento que a prova dolorosa nos oferece e prolongamos a experiência retificadora até que o consentimento do coração nos transforme.
Então, como agir?

a) Manter a paciência, por mais demorada que pareça ser a fase de dificuldade pela qual estamos passando;
b) Render obediência aos impositivos que possam nos contrariar as preferências no trabalho ou em casa;
c) Aceitar as incompreensões dos entes mais próximos, nas horas mais amargas, sem esboçar quaisquer reações de revolta;
d) Submeter-se ao despotismo e à rispidez das criaturas agressivas que surjam no nosso convívio;
e) Renunciar ao que não podemos possuir, mesmo sendo algo de há muito desejado;
f) Conformar-se com os sacrifícios que devamos fazer nas horas de escassez financeira;
g) Não reclamar de quem quer que seja nas épocas de crise social, política ou econômica;
h) Consolar-se em preces profundamente sentidas com a esperança de que a Providência Divina suprirá nossas necessidades na hora aprazada;
i) Recorrer à sustentação vibratória dos Amigos Espirituais, pela leitura evangélica e pelo estudo doutrinário nas reuniões do lar, quando renovamos nossas forças para resistir aos embates da vida.

As expressões de obediência e resignação nos elevam a alma, como forças de grande impulso transformador, ampliando-nos a capacidade de amar a Deus, de seguir a Jesus e de difundir, entre os homens, a fé, a esperança e a consolação. Com elas valorizamos as nossas provas e completamos nossos resgates; sem elas repetimos oportunidades perdidas e prorrogamos nossos ajustes.

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