"JÁ NÀO VOS CHAMO SERVOS,PORQUE O SERVO NÀO SABE O QUE SEU SENHOR FAZ;MAS EU VOS CHAMO AMIGOS,PORQUE TUDO O QUE OUVI DE MEU PAI EU VOS DEI A CONHECER."(JOÃO,15:15) UM NÚCLEO ESPÍRITA CRISTÃO CRESCE QUANDO TODOS SE UNEM COM A DISPOSIÇÃO DE DESENVOLVER SUAS HABILIDADES,SEM QUALQUER RIGORISMO OU IMPOSIÇÕES.ASSIM ACREDITAMOS,NÓS AMIGOS DA CEAE (CASA ESPÍRITA APRENDIZES DO EVANGELHO-FLORIPA)
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
A Satisfação da Fraternidade
O ambiente de reuniões espíritas, onde reine a fraternidade (aí compreendida a existência do respeito e da união), sempre traz ao seu participante uma leveza de intensa satisfação. É o efeito direto da fraternidade ! Claro que isto não se restringe às reuniões espíritas, pois que onde estejam pessoas simpáticas entre si, irmanadas pelo mesmo ideal de promover o bem a si e/ou a terceiros, a conseqüência natural será o bem estar.
trazido o assunto para o ambiente espírita, fica ele com tonalidades muito mais sólidas pelo próprio conhecimento que a Doutrina traz. Já é do conhecimento dos espíritas os efeitos da comunhão de pensamentos. Allan Kardec chegou a proferir um discurso sobre o tema, especificamente no dia 02 de novembro de 1864 em reunião especial na Sociedade Espírita de Paris, como lembrança aos irmãos espíritas já falecidos. O texto em questão é de primorosa qualidade, que bem indica a sabedoria e alcance do Codificador e o leitor interessado em conhecê-lo na íntegra poderá buscá-lo na REVISTA ESPÍRITA* (Tomo VII , ano de 1864, edição IDE, págs. 353 a 359).
Transcrevemos, todavia, dois pequenos trechos, para motivar o leitor a buscar o referido texto em sua totalidade, conforme acima indicado. A transcrição, embora parcial, objetiva também oferecer valiosa reflexão a todos nós, integrantes das Casas Espíritas, voltadas para o objetivo final da fraternidade:
a- "(...) Tal é a causa do sentimento de satisfação que se sente numa reunião simpática; ali reina como uma atmosfera moral saudável, onde se respira comodamente; dali se sai reconfortado, porque se está impregnado de correntes fluídicas salutares. Assim se explicam também a ansiedade, o mal-estar que se sente num meio antipático, onde os pensamentos malévolos provocam, por assim dizer, correntes fluídicas malsãs. A comunhão de pensamentos produz, pois, uma espécie de efeito físico que reage sobre o moral; é o que só o Espiritismo poderia fazer compreender. O homem o sente instintivamente, uma vez que procura as reuniões onde sabe encontrar essa comunhão; nessas reuniões homogêneas e simpáticas, ele haure novas forças morais; poder-se-ia dizer que ali recupera as perdas fluídicas que tem cada dia pela irradiação do pensamento, como recupera pelos alimentos as perdas do corpo material. (...)"
b- "(...)Todas as reuniões religiosas, qualquer que seja o culto a que pertençam, são fundadas sobre a comunhão de pensamentos; está aí um efeito que deve e pode exercer todo o seu poder, porque o objetivo deve ser desligamento do pensamento dos constrangimentos da matéria. Infelizmente a maioria se desviou deste princípio, à medida que fez da religião uma questão de forma. Disso resulta que cada um fazendo consistir seu dever no cumprimento da forma, acreditou-se quite com Deus e com os homens, quando praticou uma fórmula. Disso resulta ainda que cada um vai nesses lugares de reuniões religiosas com um pensamento pessoal, por sua própria conta, e, o mais freqüentemente, sem nenhum sentimento de confraternização com respeito aos outros assistentes; está isolado no meio da multidão, e não pensa no céu senão para si mesmo.(...)"
Observem os leitores que dos itens acima, podemos extrair vários itens na abordagem sobre grupos espíritas:
Verdadeiramente, sabem os que participam de grupos sérios, constituídos de pessoas afins entre si, da satisfação e alegria que se sentem nestes ambientes, nos encontros e reencontros semanais. Ao mesmo tempo, conhece-se das forças que se haure nessas reuniões, fortalecendo o ânimo e a saúde. Muito comum chegar-se exausto pelas lutas do dia e renovar-se inteiramente pela simples permanência no ambiente. Temos notado inclusive, ao final da reunião, que há até uma hesitação em levantar-se, tamanha a leveza e tranqüilidade do ambiente. É, pois, uma espécie de efeito físico que reage sobre o moral, como considerou o Codificador.
Os que se isolam, desconsideram ou mesmo desprezam as reuniões de estudos e palestras; não imaginam o que perdem. Além do conhecimento, da troca de idéias, perde-se o valioso ensejo da vivência fraterna com os companheiros que se alimentam fluidicamente entre si. Deixam passar o ensejo de receber os benefícios da união no objetivo comum. No caso, lembramos o "onde estiverem reunidas duas ou três pessoas em meu nome ... " Normalmente, são esses mesmos os que vivem a lamentar, a buscar continuamente - sem encontrar - soluções para seus incontáveis males que nunca cessam.
Ora, a alegria interior, a satisfação de estar entre amigos, produz bem estar, equilíbrio, saúde... Como ausentar-se, isolar-se, conhecendo-se os benefícios da fraternidade?
Por outro, no item b) acima, confrontando com os ensinamentos do Espiritismo sobre o combate ao egoísmo, conclui-se com facilidade que a participação e freqüência em grupos homogêneos, com o pensamento voltado para o bem estar de todos, é valioso exercício de desprendimento, buscando na fraternidade o combate aos terríveis efeitos do egoísmo. E também, aprendendo com a Doutrina, onde não há fórmulas nem rituais, a freqüência aos grupos na busca de estudos e fortalecimento moral, há a conscientização de que a ida aos Centros ou Grupos Espíritas se constitui em ideal de interesse individual e coletivo, no progresso e na felicidade que se busca. Comparece-se não por dever ou formalismo religioso, mas pela satisfação que se irá levar e encontrar. E a palavra interesse, há pouco citada, está no sentido do conhecimento, do progresso, do crescimento em geral.
Texto de Orson Carrara
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