quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

POSIÇÕES


- POSIÇÕES
Há longo, longo tempo, compareceram no Tribunal Divino dois homens recém-chegados da Terra.
Um trazia o sinal da muleta em que se apoiara.
Outro mostrava as marcas da coroa que lhe havia adornado a cabeça.
Fariam prova de humildade para voltarem ao mundo ou seguirem além...
Postos, um a um, na balança, o primeiro acusou enorme peso. Era ainda presa fácil de lutas
inferiores, parecendo balão cativo.
O segundo, no entanto, revelava grande leveza. Poderia viajar em demanda dos cimos.
Inconformado, contudo, disse o primeiro:
- Onde a justiça divina? Fui mendigo paupérrimo, enquanto ele...
E indicando o outro:
- Enquanto ele era rei... Passei fome, ao passo que muita vez o vi no banquete lauto. Esmolava na
rua, avistando-o na carruagem. Conheci a nudez, reparando-o sob manto dourado, quando seguia no
triunfo... Vivi entre os últimos, ao passo que ele sempre aparecia como o primeiro entre os primeiros...
O outro baixou a cabeça, humilhado, em silêncio...
Mas o amigo sereno, que representava o Senhor, falou persuasivo:
-Viste-o na mesa farta, mas não lhe percebeste os sacrifícios ao comer por obrigação. Notaste-o de
carro; entretanto, não lhe observaste o coração agoniado de dor, ante os problemas dos súditos a
que devia assistência. Fitaste-o sob dourado manto, nos dias de júbilo popular; todavia, não lhe
contemplaste as chagas de sofrimento moral, diante das questões insolúveis... Conheceste-o entre os
maiores da Terra; entretanto, não sabes quantos punhais de hipocrisia e de ingratidão trazia cravados
no peito, embora fosse obrigado a sorrir... Alem disso, na posição de soberano, podia ferir e não feriu,
humilhar e não humilhou a ninguém, prejudicar e não prejudicou, desertar e não desertou... Na
situação de mendigo, não foste lançado a semelhantes problemas da tentação...
Diante do companheiro triste, o ex-monarca recebeu passaporte par a ascensão sublime.
Sozinho e em lágrimas, perguntou então o ex-mendigo:
- E agora?
O ministro angélico abraçou-o sensibilizado, e informou:
- Agora, renascerás na Terra e serás também rei.

conto do livro "Contos desta e doutra vida" psicografia de Chico Xavier pelo espírito Humberto de Campos

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

COMPORTAMENTO E CONSCIÊNCIA




Estudos cuidadosos a respeito do comportamento humano
demonstraram que há três biótipos representativos de criaturas na sociedade.
O primeiro pode ser denominado como co-dependente, constituído pôr pessoas condicionadas, aquelas que estabelecem as suas metas através de circunstâncias alheias à sua vontade não adquirindo uma consciência pessoal de satisfação como esforço individual auto-realizador. As suas aspirações estão fundamentadas nas possibilidades de outrem, nos fatores ocasionais, e afirmam que somente serão felizes se amadas, se realizarem tal viagem ou qual negócio, etc. A falta de confiança em si mesmas proporciona-lhes o desequilíbrio desagregador da saúde, e mais facilmente, em média, são acessíveis ao câncer, atingindo um obituário maior do que aqueles que se demoram nas outras áreas.
O segundo é constituído pôr indivíduos insatisfeitos: os que têm
raiva da vida, que estão contra: instáveis e irritadiços pôr natureza,
são auto-destrutivos, vivendo sob a constrição permanente da irascibilidade.
Afirmam que se sentem incompletos, que nada lhes sai bem, portanto, agridem-se e agridem todos e tudo. Facilmente se tornam presa de distúrbios nervosos que mais os
desgastam e infelicitam, atirando-se aos porões da exaltação, da
depressão, do autocídio, direto ou não... Entre eles surgem os déspotas, os guerreiros, os criminosos...
O terceiro grupo é formado pôr criaturas ajustadas,auto-realizadas, tranqüilas , confiantes.Certamente, o seu, é um número reduzido, diferindo grandemente
dos membros que se encontram nas faixas comportamentais anteriores. Essas
pessoas ajustadas são candidatas ao triunfo nas atividades ás quais se dedicam,
tornando-se agradáveis, sociáveis, estimuladoras. Os seus empenhos são positivos, visando sempre o bem-estar geral, o progresso de todos. As suas lideranças são enriquecedoras, criativas e dignas.
Desse grupo saem os fomentadores do desenvolvimento da sociedade, os exemplos de sacrifício, os gênios criadores, os buscadores da verdade As investigações aprofundam as suas sondas nas causas próximasmdesses comportamentos e encontraram, na raiz deles, o grupo familiar como responsável.
Com ligeiras variações daqueles que superam os fatores negativos
e se ajustam, bem como outros que apesar da sustentação dignificadora
derrapam para as áreas de inquietação, o lar responde pela felicidade ou desdita futura da prole, gerando criaturas de bem, assim como servos da perturbação.
Quem não recebe amor , não sabe dar amor e não o possui para repartir.
Na infância do corpo, o espírito encarnado plasma na consciência
a escala de valores que lhe orientará a existência. Conforme seja tratado criará estímulo naquela direção , retribuindo-os na mesma ordem.

A auto estima aí se desenvolve, quando orientado ao descobrimento apreciável da vida, das próprias possibilidades, dos valores latentes que lhe cumpre desenvolver. Os desafios tornam-se-lhe convites nao esforço , á luta pelo progresso, á conquista de metas. O insucesso não o aturde nem o desestimula, pois que o conscientiza de como não fazer o que deseja.O carinho na infância , o amor e a ternura , ao lado do respeito à criança, são fundamentais para uma vida saudável , plenificadora.
Todos têm necessidade de segurança na jornada carnal de instabilidades transitoriedades. E os pais, os educadores, os adultos em geral,são os modelos para a criança, que os amará, copiando-os, ou os detestará, incorporando inconscientemente.É verdade que cada espírito reencarna no lar de que tem
necessidade para evoluir , o que não credencia os genitores ao uso e abuso das
arbitrariedades que pratiquem, de que terão, pôr sua vez, de dar conta à própria e à consciência cósmica.
O espírito reencarna para progredir, desdobrando e aprimorando as aptidões que lhe dormem na consciência profunda. A educação na infância desempenha um papel de fundamental importância para o seu comportamento durante a existência. Os estímulos ao amor ajudam-no a lapidar as arestas que lhe remanescem do passado, mediante as ações de enobrecimento , de solidariedade, de abnegação, de caridade.
Com raras exceções, os grandes vultos da Humanidade possuíram uma superio consciência de comportamento e apoiavam-na nas reminiscências do lar , no carinho dos pais, dos avós, dos mestres , que lhes constituíram exemplo digno de ser imitados. As suas reminiscências foram ricas de beleza, de bondade, de amor, com que se equiparam para os grandes lances da existência , e , aqueles que foram vítimas
de holocaustos , possuíam pacificada a consciência pôr sacrificaram-se em favor da posteridade.
Respondendo a ALLAN KARDEC, á indagação de número 918, de O Livro dos Espíritos. Asseveraram os condutores da terra :
O espírito prova a sua elevação quando todos os atos de sua vida
corporal representam a prática da lei de Deus e quando, antecipadamente,
compreende a vida espiritual.
O comportamento é, pois, resultado do nível individual de
consciência de cada ser.


Texto retirado do livro Momentos de Consciência -Divaldo P. Santos pelo espírito Joanna De Angelis

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

LINDO CASO DE CHICO XAVIER!



Pedindo esmola para enterrar o ex-patrão

Chico levantara-se cedo e, ao sair, de charrete, para a Fazenda, encontra-se no
caminho com o Flaviano, que lhe diz:
- Sabe quem morreu?
- Não!...
O Juca, seu ex-patrão. Morreu na miséria, Chico, sem ter o que comer...
- Coitado! E Chico tira do bolso um lenço e enxuga os olhos.
- A que horas é o enterro?
Creio que vão enterrá-lo a qualquer hora, como indigente, no Caixão da
Prefeitura, isto é, no rabecão...
Chico medita, emocionado, e pede:
- Flaviano, faça-me um favor: vá à casa onde ele desencarnou e peça para
esperarem um pouco. Vou ver se lhe arranjo um caixão, mesmo barato.
Flaviano despede-se e parte.
Chico desce da charrete. Manda um recado para seu Chefe.
Recorda seu ex-patrão, figura humilde de bom servidor, que tanto bem lhe
fizera. E ali mesmo, no caminho, envia uma prece a Jesus:
"Senhor, trata-se de meu ex-patrão, a quem tanto devo; que me socorreu nos
momentos mais angustiosos; que me deu emprego com o qual socorri toda a família;
que tanto sofreu por minha causa.
Que eu lhe pague, em parte, a gratidão que lhe devo. Ajude-me, Senhor".
E, tirando o chapéu da cabeça e virando-o de copa para baixo, à guiza de sacola,
foi bater de porta em porta, pedindo uma esmola para comprar um caixão para
enterrar o extinto amigo.
Daí a pouco, toda Pedro Leopoldo sabia do sucedido e estava perplexa se não
comovida com o ato de Chico.
Seu pai soube e veio ao seu encontro, tentando demovê-lo daquele peditório...
- Não, meu pai, não posso deixar de pagar tão grande dívida a quem tanto
colaborou conosco.
Um pobre cego, muito conhecido em Pedro Leopoldo, é inteirado da nobre ação
do Chico, a quem estima.
Esbarra-se com ele:
- Por que tanta pressa Chico?
- Meu Nêgo, estou pedindo esmolas para enterrar meu ex-patrão.
- Seu Juca!? Já soube. Coitado, tão bom! Espere aí, então, Chico. Tenho aqui
algum dinheiro que me deram de esmola ontem e hoje.
E despejou no chapéu do Chico tudo o que havia arrecadado até alí...
Chico olhou-lhe os olhos mortos e sem luz. Viu-os cheios de lágrimas. Comoveuse
mais.
- Obrigado, meu Nêgo! Que Jesus lhe pague o sacrifício.
Comprou com o dinheiro esmolado o caixão.
Providenciou o enterro. Acompanhou-o até o cemitério.
E já tarde, regressou à casa.
Tinha vivido um grande dia.
Sentou-se à entrada da porta.
Lá dentro, os irmãos e o pai, observavam-no comovidos.
Em prece muda, agradece a Jesus.
Emmanuel lhe aparece e sorri. O sorriso de seu bondoso Guia lhe diz tudo.
Chico o entende.
Ganhara o dia, pagara uma dívida e dera de sí um testemunho de humildade, de
gratidão e de amor ao Divino Mestre.
Extraído do livro "Lindos Casos de Chico Xavier" - Ramiro Gama - Ed. Lake - 4ª